As crianças (os jovens) já tiveram um programa especial neste roteiro de sete dias, o chefe da intrèpida trupe, também, agora, uma atenção para a "Rainha do Lar" (Como é que eu disse? Quem inventou esta aberração? Só não faxinava, cozinhava do trivial ao fino, lavava, passava - três camisas sociais por dia, argh! - organizava tudo, era motorista de bacana, estudava junto, recepções au grand complet e ainda tinha tempo para fazer carinho, quem inventou este título ridículo? Acuse-se!) Vou corrigir-me. Uma atenção para a Mulher Maravilha, Guereira, ou coisa que tal, porém maridão e filhos devem acompanhar neste programa cultural e artístico. Vamos a uma famosa Escola (você sabia?) de Tapeçaria e Tingimento - Les Gobelins.
Vamos aproveitar a nossa localização, voltar à estação Censier Daubenton e embarcar no M 7 (rosa), linha La Courneuve/Villejuif-Louis Aragon, no sentido desta última, para saltar na estação seguinte, Les Gobelins, ou, se as pernas aguentarem, caminhar (é só uma estação de distância e curta), para realizar uma visita guiada à Manufacture Nationale des Gobelins, que terá início às 15h 30min.
O desembarque do Métro dá-se em frente ao longo prédio das Manufaturas. (Ver localização, ao final da postagem). 42, Avenue des Gobelins.
Logo à entrada do 1º andar do prédio principal, estão localizadas uma lojinha e a bilheteria. Ao fundo, espaçosos banheiros. Preço do ingresso: 11 euros, permitindo o acesso à Exposição nas grandes galerias do 1º e 2º andares do prédio principal e incluindo a visita guiada, que dura 1h 30min.
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A Administração Geral do Mobiliário Nacional e dos Fabricantes Nacionais de Tapeçarias inclui o Mobilier National, a Fábrica de Tapeçaria des Gobelins, a Fábrica de Beauvais (oficinas em Paris e Beauvais), a Fábrica de Sabão (oficinas localizadas em Paris e Lodève) assim como as Oficinas Nacionais de Rendas de Le Puy e Alençon.
Guia que nos conduziu (grupo de dez turistas) pelas dependências das Manufaturas de Gobelins - idioma francês, muito claro. |
Grupo caminhando para a parte posterior, onde há vários prédios, entre eles, aquele onde aprende-se muito sobre os famosos Gobelins. |
Na realidade, La Manufacture National des Gobelins abriga uma escola de tapeceiros. Hoje, o termo gobelin se aplica a toda sorte de tapeçaria. Há um limite de idade para frequentar a escola: entre 6 anos e 23 anos. Lamentavelmente, nada pode ser filmado ou fotografado, mas pesquisando, encontrei no Youtube um filme fantástico, onde você poderá ver um pouco daquilo que conhecemos, na condição de visitantes. Acesse: Les liciers de la Manufacture des Gobelins. Muito legal.
São muitos prédios. Sai-se de um complexo e entra-se noutro. |
Neste prédio, apreciamos o que você, se lhe causou interesse, acessou no filme do Youtube. |
Em 1662, Colbert decidiu fundar La Manufacture Royale des Meubles de La Couronne. Ah, mas isto faz parte da história que contarei mais para a frente. Destacarei alguns dados que anotei, porque são muitos detalhes. Quanto à evolução das cores, para a confecção das tapeçarias, inicialmente, elas eram 12 e hoje são 28.000. Nadica de nada, do que é produzido nas Manufaturas Gobelins, é comercializado. Os ex-alunos, após saírem da Escola, têm a liberdade de criar suas tapeçarias e comercializá-las sob o nome de gobelins. Os verdadeiros Gobelins são encomendados para palácios, catedrais etc. A lã utilizada pelos tapeceiros vem da Nova Zelândia e da China. A tissage vertical é feita com o uso dos dedos e a horizontal, com o uso de pedais das máquinas. Uma vez pronta a tapeçaria, são apostos a data, a assinatura do artista e um símbolo. S cortado por uma barra inclinada, significa que é uma Manufatura de Savonnier; G cortado por uma barra inclinada, significa que é uma Manufatura de Gobelin; MBN significa Manufatura Nacional de Beauvais.
As tapeçarias têm um valor incomensurável, eis que você necessita, inicialmente, de um artista para esboçar o desenho e de um pintor para carregar, ampliando, este desenho para um grande painel, que tenha o tamanho da tapeçaria a ser criada. É um trabalho, ao mesmo tempo duro, no sentido de ser meticuloso e lento (horas e horas de trabalho, para ver o resultado de um metro quadrado pronto), e delicado, na medida em que os artesãos vão desenvolvendo a idéia do artista, carregando-a com muita paciência, sensibilidade e amor ao trabalho, aliando tudo isto a uma acurada arte de observar detalhes, por menores que sejam, para a tapeçaria propriamente dita. Fiquei encantada com a visita. Guia falando somente em francês.
Iolanda Lopes de Abreu