sábado, 6 de outubro de 2018

Charles Aznavour - Foi assim.

Estava prevista a presença de 2.000 pessoas na Place des Invalides, Para as "Hommages a Monsieur Charles Aznavour", ontem, às 10h.
Dia lindo demais, fechando com chave de ouro minhas férias na França, Desembarquei na estação Invalides às 9h50min.  Fiquei surpresa.  Esperava encontrar a enorme área que fica em frente ao Hõtel des Invalides, apinhada de parisienses, franceses e turistas.
Ledo engano.  Encontrei a área toda cercada e fortemente policiada, com uma meia dúzia de gatos pingados para assistirem a cerimônia (entre eles, um eram eu - risos).
De longe, avistei uma concentração de assistência posicionada à direita e outra, à esquerda, em frente à qual haviam colocado uma telona (oops, uma telinha) para a plebe ignara a tudo assistir.
Escolhi caminhar para colocar-me à direita, eis que me encontro já nesta posicionada, no momento atual...  Gente, vocês não imaginam a distância percorrida, a passos largos.  Passada a revista de bolsas etc e cumprido o ritual de detecção de metais, consegui, com muita facilidade, ocupar um lugar perto ao alambrado.
Com algum atraso (falha no rendez-vous, porque Monsieur Macron chegou um pouco atrasado), ultrapassaram os portões principais, acessando o Musée de l'Armée, a escolta e os carros dos credenciados para a referida cerimônia, em grande velocidade.
Pouco se viu e ouviu, através da projeção na tela, além dos cumprimentos de praxe, do Presidente, do que ocorria lá dentro.  De repente, uma música fúnebre pesadíssima começou a ser ouvida, tocada por um clarinetista, e surgiu a urna funerária como corpo do cantante, coberto por enorme bandeira da França e conduzida por militares elegantemente trajados nos seus uniformes.
Para mim, foi a tônica.  E acho que para o Charles também, apesar da enorme e bela coroa de flores depositada à frente do seu esquife, pois poderia ter sido cantada, à capela,  por uma das belas vozes trancesas, a fantástica e retumban te She.
Nem aquele povinho inerte, cá do lado de fora da cerca, ousou cantar, em conjunto, La Bohème.  Retirei-me decepcionada, sem esperar por discursos (um deles ainda ouvido enquanto caminhava em direção ao Sena, para um, quem sabe, até breve) e coisas que tais.





Ao fundo, o esquife envolto pela bandeira da França, visto através do telão.

Iolanda Lopes de Abreu

Nenhum comentário: