Tenho acompanhado, pelos noticiários, os distúrbios cada vez mais frequentes, desde o dia 10 de setembro, pelas ruas de Paris, com uma turba correndo, arremessando lixeiras, bancos, enfim, tudo que encontrou pela frente, nos policiais que, com dificuldade, tentavam conter as desordens. Fico muito assustada, porque já presenciei cena do tipo, em pleno Champs Elysées.
Assustador. Sabe-se que tudo é orquestrado, mas aparece, de repente, baderneiro de tudo quanto é canto, berrando palavras de ordem e fica-se sem ação, sem saber o que fazer. O Métro trata de fechar as estações das proximidades, o comércio local imediatamente cerra suas portas sob comando eletrônico e o turista, além do cidadão local que não têm nada a haver com a anarquia, vê-se indefeso, a correr de um lado para o outro, procurando abrigo nas galerias, ruas transversais, contando, vez ou outra, com a condescendência de donos de restaurantes que se propõem a ajudar, como foi no meu caso, acolhendo as pessoas que simplesmente transitavam pelo local, na hora da ocorrência.
Você que está curtindo suas férias em Paris, fique atento(a). As autoridades locais esperam uma participação maior para a próxima quinta-feira, 18 de setembro, dia da jornada de ação intersindical com uma aumento da tensão nos discursos, alguns dos quais têm um "tom insurrecional". De repente, uma greve geral. Entre os manifestantes, uma multidão de radicais participará de marchas nas principais cidades, não será só na cidade onde o Amor está no Ar.
O que posso sugerir? Principalmente, não tentar uma escapada para outra cidade, como Lyon, por exemplo. Fique em casa, fique no hotel, fique em qualquer lugar abrigado. Quem avisa, amigo é. Descanse, nesse dia. Compre, amanhã, suprimentos de urgência: suco, leite achocolatado, biscoitos, sanduíches prontos, madeleines etc, para não ter que sair a fim de ir ao mercado, justo no dia D, mesmo que você esteja num bairro mais distante dos grandes centros de agitação (Campos Elíseos, Praça da República, Bastilha, exemplificando).
Fontes de inteligência falam de uma ameaça híbrida e de um componente mais político liderado por ativistas da "França Desconhecida". Todo cuidado será pouco. Antes prevenir, do que remediar.
Foto 20 Minutes.
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